quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Refeição de canudinho





Os shakes fazem perder peso rapidamente, é fato.  Mas, sem equilíbrio alimentar, será por um curto período de tempo.  E o pior: os quilos podem voltar em dobro.


Criados nos Estados Unidos nos anos 1980 com a promessa de serem substitutos nutritivos e de baixa caloria para as refeições comuns, os shakes engrossam a lista de soluções milagrosas para ficar de bem com a balança.  Mas será que realmente cumprem as promessas da embalagem?

Antes de optar pelas chamadas "refeições de canudinhos", vale lembrar que uma dieta equilibrada e não restritiva é fundamental para alcançar o peso ideal a longo prazo e driblar o grande vilão dos regimes - o interminável "emagrece e engorda", também chamado "efeito sanfona".  Assim, o primeiro passo para fazer as pazes com a balança é consultar um nutricionista.
"Não é recomendável tomar esses shakes por conta própria, sem orientação", alerta Antonio Herbert Lancha Jr., chefe do Laboratório de Nutrição e Metabolismo Aplicados à Atividade Motora da Universidade de São Paulo (USP).
Mesmo sob orientação, o uso dos shakes deve ser restrito e substituir, no máximo, uma refeição por dia.  Nesse caso, as demais refeições devem ser completas, de modo a suprir as carências nutricionais.  Também é preciso considerar o gasto calórico diário - quem pratica atividade física, por exemplo, precisa ingerir mais calorias que uma pessoa sedentária.  Por isso, o ideal mesmo é buscar o equilíbrio.
Na hora de perder peso, nenhum nutriente (carboidrato, lipídios, proteínas, gorduras, vitaminas, minerais) deve ser deixado de lado.  O vaivém da balança causado pela falta de equilíbrio alimentar pode levar a variações de pressão arterial, glicemia, resistência à insulina e colesterol, entre outros problemas potencializados pelo efeito sanfona. "Soluções imediatistas podem ser mais prejudiciais do que permanecer acima do peso", diz Lancha Jr..

Restrições alimentares
É difícil resistir à tentação de perder peso rapidamente, sem se esforçar para mudar os hábitos.  Mas, além de não contribuírem para a reeducação alimentar, os shakes também não são alimentos completos.  "Nenhum deles é capaz de suprir completamente a necessidade alimentar", afirma Lancha Jr.  Segundo a nutricionista esportiva e clínica Cíntia de Castro Gimenes, as "refeições de canudinho" possuem uma quantidade restrita de calorias e gorduras.  "Elas também apresentam porcentagem excessiva das calorias em forma de proteínas, carboidratos simples e corantes, e não seguem com o consumo de shakes também
 as proporções de nutrientes de uma dieta balanceada."  O emagrecimento rápido alcançado com o consumo de shakes também causa a perda de massa muscular, água, eletrólitos e minerais em vez de gordura, além de desregular o metabolismo, que fica mais lento.
A receita para o tratamento do sobrepeso e da obesidade, lembra Cíntia, é considerar as diferenças individuais e alterar a rotina, com a adoção de uma vida mais ativa e de uma dieta mais equilibrada.
"Não apenas por um curto período de tempo, mas para toda a vida e para toda a família", salienta.
Ela cita, ainda, os preceitos do guia alimentar do Ministério da Saúde.  "Para emagrecer com saúde; é preciso adotar um modo de vida saudável, com uma prática alimentar balanceada, consumo de alimentos de preferência in natura, integrais ou pouco processados, além da adoção de outras atitudes como a diminuição do sedentarismo."


Vale lembrar
Em vez de optar pelos shakes para ficar mais feliz com o seu corpo, experimente comer de tudo, mas em menor quantidade.  Reduza frituras, doces, refrigerantes e alimentos gordurosos, beba bastante água, não fique mais de três horas sem comer (tenha sempre à mão frutas, iogurtes ou barras de cereais) e não deixe de se exercitar.  Essas pequenas mudanças de hábito podem fazer uma grande diferença e ajudar você a ter mais saúde e autoestima de maneira equilibrada e duradoura.



Revista: FLEURY Saúde em dia - Edição 24   

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Quem inventou que carne de frango tem hormônio?





Quem insiste em afirmar um absurdo desse, é porque atesta ser um tremendo ignorante no assunto. O pior, quem divulga tal afirmativa não possui credenciamento para comentar o que não conhece.  Até aí, tudo bem,  porque, em nosso país, temos liberdade de expressão.  Mas, abusar do seu direito de informar sem conhecimento,  já é demais!
Associar o uso de hormônios com nutrientes, vitaminas, minerais, aminoácidos, etc., na ração de frangos tem sido muito comum ultimamente entre profissionais de marketing e de comunicação, e até mesmo outros profissionais, que não têm conhecimento do que estão afirmando.  A avicultura brasileira NÃO utiliza hormônio na alimentação de suas aves.  E mais, esta prática além de proibida é completamente inviável.

Veja a seguir um artigo do Dr. Mário Penz publicado na revista Avicultura Industrial ed. 1117, em 2003.

Esclarecimento à população
Desde que a produção intensiva de frangos teve seu início, ainda na década de 60, os empresários e os técnicos do setor têm convivido com a avaliação, geralmente de leigos, de que estas aves necessitam da adição de hormônios em suas rações.  Na realidade, quando se trata de manifestações individuais e de pessoas de pouca representatividade pública, as consequências são irrelevantes.  Entretanto, muitas considerações têm sido feitas por médicos, nutricionistas e representantes de entidades protetoras do bem-estar da sociedade e que repercutem mais significativamente.  Esta constatação é absurda e, em algumas circunstâncias, tem comprometido o setor, que fica obrigado a justificar-se quando, na verdade, não há razão para tal, uma vez que a avicultura brasileira não usa deste expediente para ter o desempenho de suas aves favorecido.
O desenvolvimento dos frangos de corte está baseado fundamentalmente em uma intensa atividade de pesquisa na área genética, nutrição, sanidade e no entendimento das relações destes conhecimentos por meio do manejo nas granjas. 
No final da década de 70, os pesquisadores, a partir dos dados de desempenho observados no passado próximo, podiam prever que os frangos, a cada ano, precisariam um dia a menos para atingir o mesmo peso obtido no ano anterior.  Esta estimativa vem se confirmando e tudo indica que, pelo menos até os próximos anos, estes valores continuarão sendo observados.

Proibido por Lei:
Tentando justificar o absurdo, gostaria inicialmente de sustentar minha argumentação pelo lado legal do uso de hormônios ou de substâncias citadas como quimicamente semelhantes aos hormônios.  No Brasil, o emprego destas substâncias é proibido.  Desta forma, não há a possibilidade de livre comércio das mesmas em nosso País.  Sendo assim, o primeiro impasse que a indústria avícola teria que superar seria o contrabando contínuo e sistemático de produtos que tivessem hormônios em suas composições.  Pelo tamanho da indústria avícola brasileira e pelo volume de ração produzido para frangos de corte no Brasil (cerca de 10 milhões de toneladas de ração/ano) este comércio seria impossível de ser mantido sem que ocorresse qualquer denúncia clara, objetiva e não simples especulações levianas do emprego sistemático dos mesmos.

Desenvolvimento genético
Outro aspecto importante, e que não pode ser ignorado, é que um número significativo de empresas avícolas brasileiras exportam frangos de corte para vários países do mundo.  A propósito, nosso País é o segundo maior exportador mundial, perdendo em volume somente para os Estados Unidos da América (dados de 2003).  Como a indústria brasileira poderia correr esse risco de ter seu produto condenado pela presença de alguma substância que viesse a comprometer a qualidade do produto exportado?  Aliás a cautela da indústria brasileira é muito grande e várias substâncias químicas, além de hormônios, que não são aceitas internacionalmente não são usadas, mesmo nas rações de frangos que serão consumidos no Brasil, para evitar qualquer risco de contaminação cruzada.
Então, a pergunta que fica é: por que as aves produzidas pela indústria avícola brasileira são tão precoces e tão diferentes daquelas produzidas de forma extensiva, ou em fundo de quintal (como as galinhas caipiras)?
Os frangos de corte produzidos pela indústria avícola, embora da mesma espécie daqueles produzidos extensivamente, são oriundos de linhagens comerciais que vêm sendo geneticamente desenvolvidos ao longo dos anos, e resultado de intensas pesquisas, exatamente para serem mais precoces e produzirem carcaças de melhor qualidade.

Cor diferente e gordura menos consistente
Outra indagação frequente é: por que as carcaças de frango de corte produzidas pela indústria avícola são, muitas vezes menos amarelas, mais pálidas, e têm uma gordura menos consistente que aquela das aves produzidas no fundo do quintal?  A resposta para isso é muito simples e, mais uma vez, nada tem a ver com o emprego de hormônios.  A pigmentação dos frangos tem sido menos intensa pelo uso de alimentos alternativos que não dispõem de pigmentos nas suas composições e que terminam sendo absorvidos pelas aves como aqueles que têm milho, alfafa, etc.  Entretanto, deixar um frango pigmentado é muito fácil.  Porém a coloração amarela em nada altera a qualidade nutricional da carcaça.  Esta característica é puramente estética e há países como o México e a Argentina que preferem carcaças mais pigmentadas que aquelas produzidas no Brasil e em alguns países europeus. 

Outras considerações:
1º ) Os hormônios de crescimento são substâncias proteicas e se fossem usadas nas dietas não teriam efeito farmacológico, pois seriam quebrados/destruídos pela digestão das aves.  Portanto, seria pouco inteligente usá-los em dietas, pois não teria eficácia.  Também não podem ser injetados, pois imaginem só, injetar aproximadamente 5 bilhões de pintinhos.  Seria uma tarefa insana e dispendiosa, consumidora de mão de obra e desnecessária.

2º ) O maior ganho de peso das aves é originário de mais de 40 anos de pesquisas em seleção genética, determinação de exigências nutricionais e balanceamento de cada nutriente da dieta, ambiência adequada com controles de temperatura, umidade do ar e ventilação das instalações, monitoria e controle de doenças da produção e zoonóticas e, adequado manejo da produção, transporte e transformação do frango em carne.

3º ) A maior parte da carne de frango é produzida em grandes empresas integradas ou cooperativas, às quais adotam práticas de manejo e controles rígidos de produção a fim de produzir uma ave sadia e não estressada.  O frango é criado em galpões construídos e equipados para prover condições ambientais ideais para melhorar o bem-estar e o conforto das aves.  São alimentadas com rações balanceadas, à base de milho, farelo de soja, minerais e vitaminas.  A nutrição das aves é uma ciência altamente desenvolvida e sofisticada, sendo que o conhecimento existente, hoje, nessa área, é bem mais avançado que na própria nutrição humana.

4º ) O abate é realizado em frigoríficos altamente tecnificados, sendo cada vez maior o grau de automação das operações de abate e processamento.  As práticas de higiene empregadas na manipulação da carne são extremamente rígidas.  Boa parte das indústrias adota programas de redução de riscos e de controle de pontos críticos HACCP , bem como outros procedimentos sugeridos pelo Codex Alimentarius, órgão da FAO, encarregado de elaborar normas para a produção de alimentos.
Durante o abate e o processamento, existe a inspeção sanitária realizada por médicos veterinários do governo.  No Brasil, mais de 70% das aves abatidas são inspecionadas pelo SIF, Serviço de Inspeção Federal.  O restante, conta com a inspeção de veterinários dos governos estaduais ou municipais.  De acordo com a legislação em vigor, para ser exportada ou comercializada fora do Estado de origem, a carne deve ser inspecionada pelo SIF.  Além de todo esse rigor na produção, como a carne de aves  não é consumida crua, o risco de intoxicação alimentar devido à contaminação bacteriana é praticamente zero, uma vez que o calor do cozimento, da fritura ou do processo de assar elimina a maior parte das bactérias eventualmente existentes. 
um frango atinge o peso de 2.300 gramas com 40 dias de idade.  Isso é fruto de um intenso trabalho de seleção e melhoramento genético realizado nos últimos anos, bem como do manejo e da nutrição balanceada.  Essa velocidade de crescimento NÃO tem nada a ver com a utilização de hormônios, como pensam muitas pessoas.  Como vimos, além de ser proibido no Brasil, o uso de hormônios é totalmente inviável, pois não há tempo hábil para que haja efeito nas aves, devido ao ciclo de vida curto do frango.

Por todo esse exposto, afirmações negativas cada vez mais frequentes sobre problemas com a qualidade do frango brasileiro têm deixado produtores, técnicos e cientistas perplexos com o grau de desinformação de alguns setores da sociedade.
Infelizmente, a confusão surgiu com o termo promotor de crescimento, utilizado na avicultura para designar alguns produtos que às vezes são empregados na alimentação das aves.  São os antibióticos ou outros antimicrobianos que, colocados na ração, têm como objetivo diminuir a flora bacteriana indesejável existente no aparelho gastrintestinal.  Com isso, melhora o aproveitamento do alimento ingerido e a saúde das aves.  E que em nada interferem na saúde humana.

O consumidor pode ficar tranquilo.  O controle de qualidade das empresas e do governo é extremamente rígido a fim de garantir a oferta de um alimento saudável e seguro.  A carne de frango produzida no País tem qualidade e é um produto saudável e indispensável na mesa do brasileiro.  Continuando com preço baixo e acessível a todas as camadas da população, comparada às carnes bovinas, a carne de frango estará ajudando a criar gerações de brasileiros melhores alimentados e nutridos.  Continuando a ser exportada, ajudará a equilibrar a balança de pagamentos do País, trazendo dólares e divulgando o nome do Brasil no mundo



Fonte: aviculturaindustrial.com.br
          Dr. Mário Jorge Penz, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
          Professora Doutora Vera Moraes, Zootecnista da UNESP - Jaboticabal - SP 

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O que são gorduras TRANS



Alimentos industrializados contribuem com a depressão


Gorduras trans (ou ácidos graxos trans) são formadas quando se adiciona hidrogênio ao óleo vegetal, num processamento conhecido como "hidrogenação".  São encontradas nas margarinas, cremes vegetais, biscoitos, snacks (salgadinhos prontos), produtos de panificação e, alimentos fritos e lanches salgados que utilizam gorduras hidrogenadas.  As gorduras trans são um tipo específico de gordura formada por um processo de hidrogenação natural (ocorrido no rúmen de animais) ou industrial.  Estão presentes principalmente nos alimentos industrializados, como vimos acima.  Os alimentos de origem animal como a carne e o leite possuem pequenas quantidades dessas gorduras. E para que servem as gorduras trans?  As gorduras trans formadas durante o processo de hidrogenação industrial transforma óleos vegetais líquidos em gordura sólida à temperatura ambiente e são utilizadas para melhorar a consistência dos alimentos, e também aumentar a vida de prateleira de alguns produtos.
Sabemos que esse tipo de gordura faz mal para a saúde pois pode causar o aumento do colesterol total e ainda o colesterol considerado ruim - LDL, e reduzir os níveis de colesterol bom - HDL.  

Criada para dar mais sabor, melhorar a consistência e prolongar o prazo de validade de muitos alimentos, a gordura trans está presente na composição de boa parte dos industrializados comestíveis, das bolachas recheadas às batatas fritas, passando por bolos, pipocas de microondas, sorvetes, margarinas e salgadinhos de pacotes.  Facilita a vida da indústria, disso ninguém duvida, mas está cientificamente comprovado que prejudica a saúde do consumidor. A gordura trans passou, nos últimos anos de grande aliado da indústria de alimentação a vilão da vez, quando se pensa em alimento saudável.  Poucas foram, entretanto, as empresas que já conseguiram bani-lo definitivamente de suas receitas.  A maioria ainda está em busca de soluções de baixo custo, que tragam  resultados semelhantes aos oferecidos pelo seu uso.

No Brasil, margarinas como Becel, Doriana, Delicata e Qualy Light saíram na frente e se apresentam como produtos livres de gorduras trans.  Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), um alimento só pode ser considerado zero trans quando apresentar uma quantidade menor ou igual a 0,2 grama.

Apesar do alarde feito aqui e no exterior, a Dinamarca ainda é o único país que declarou oficialmente a gordura trans uma substância ilegal.  A vilã foi riscada do cardápio há algum tempo, levando os pequenos fabricantes de chocolates caseiros e as grandes indústrias a buscar novas alternativas para sua produção, sem perder a qualidade, o sabor e a validade.
De acordo com o Dr. Renato Grimaldi, especialista do laboratório de Óleos e Gorduras da Faculdade de Engenharia de Alimentos, da UNICAMP, a substituição das gorduras atuais parcialmente hidrogenadas com alto teor de trans pelas gorduras de baixo teor trans requer, em alguns casos, a alteração de boa parte das formulações, a fim de garantir a mesma performance final do produto.

"O desafio para os fabricantes de alimentos consagrados no mercado é fazer essa mudança sem que haja alteração da qualidade e do aspecto sensorial, itens fundamentais para o consumidor final", diz o especialista.  Segundo ele, para evitar a oxidação é necessário, também, o uso de antioxidante, a fim de não diminuir o prazo de validade.  Acreditar que a substituição da gordura trans é impraticável é um grande erro, dizem os estudiosos.  

Segundo o Dr. Grimaldi, praticamente todas as aplicações envolvendo o produto podem ser substituídas por gorduras com baixo teor de isômeros trans (cadeia de igualdade molecular).
"Uma das maiores barreiras da alteração imediata é o custo", declara.  "Na maioria das vezes, os novos ingredientes  (como por exemplo, o óleo de palma, também conhecido como óleo ou azeite de dendê), custam 25% mais, levando as empresas a readequar suas formulações".

A gordura trans está no topo da pirâmide, indicando que deve ser o tipo menos consumido. Na base, como a melhor gordura, está a gordura monoinsaturada.

Para controlar o consumo de gordura trans temos um aliado importante como a leitura dos rótulos dos alimentos que permite verificar se o que estamos consumindo são ou não ricos em gorduras trans.  A partir disso, deveremos preferir os de menor teor ou de preferência que não as contenham.

O valor de gorduras trans deve ser declarado em gramas presentes por porção de alimento,   A porcentagem do Valor Diário de Ingestão (%VD) de gorduras trans normalmente não é declarada porque não existe requerimento para a ingestão destas gorduras.  Ou seja, não existe um valor que deva ser ingerido diariamente.  A recomendação é que seja consumido o mínimo possível.  Não se deve consumir mais de 2 gramas de gordura trans por dia.  É importante também verificar a lista de ingredientes que compõe o alimento.  Através dela é possível identificar a adição de gorduras hidrogenadas durante o processo de fabricação.

A solução seria banir a trans da alimentação, como sugerem os nomes de organizações não-governamentais como a Ban Trans Fat e a Trans Free America? Na vida real, as coisas não funcionam assim. A questão não é abolir, mas tentar reduzir ao máximo o consumo de gordura trans. A dificuldade é saber quais alimentos a contêm e em qual quantidade. Para tentar resolver esse problema, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou que, a partir de 1º de agosto de 2006, as empresas devem especificar nos rótulos o teor de gordura trans de seus produtos.

De acordo com a nutricionista Vera Lúcia Chiara, uma questão que está sendo muito debatida é se gestantes e crianças devem consumir gordura trans. "Os ácidos graxos trans competem com um tipo de gordura insaturada, o ácido linoleico, que nosso organismo não produz. Isso atrapalha a produção de outras gorduras que são essenciais ao desenvolvimento neurológico do feto e da criança", explica a nutricionista.
Por não ser necessária ao organismo, não há um valor recomendado de gordura trans a ser ingerida, o ideal é consumir o mínimo possível. "Não é como as fibras ou os carboidratos, para os quais há um valor diário recomendado", diz Antonia Aquino, gerente de produtos especiais da Anvisa.
A Organização Mundial da Saúde recomenda que a ingestão de gordura trans não ultrapasse 1% do valor calórico da dieta. Como cada grama de gordura equivale a nove calorias, um adulto que consome 2.000 calorias diárias não deveria ultrapassar 2 g de gordura trans (o equivalente a menos de 100 g de biscoitos recheados).


Rotulagem Terminou em 26 de julho deste ano o prazo para que as indústrias do setor alimentício mudem os rótulos das embalagens dos produtos e acrescentem a quantidade de gordura trans presente nos alimentos.

Além disso, a norma da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) também determina que os rótulos informem o valor energético e a quantidade de carboidratos, proteínas, gorduras totais e saturadas, fibra alimentar e sódio presentes no alimento.

Até o dia 31 de dezembro, as empresas que fabricarem produtos em desacordo com a resolução da Anvisa serão notificadas. A partir de 1º de janeiro, porém, os fabricantes que não cumprirem as regras ficarão sujeitos às multas que vão de R$ 2.000 a R$ 1,5 milhão
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ALGUMAS DÚVIDAS


As gorduras são indispensáveis na alimentação?

A Organização Mundial de Saúde recomenda uma ingestão diária de gordura, de cerca de 30% do valor calórico total. As gorduras asseguram as funções vitais do nosso organismo.

O que consumir? Gorduras de origem vegetal ou animal?

As gorduras vegetais são ricas em gorduras insaturadas (monoinsaturadas e polinsaturadas) e são isentas de colesterol. As margarinas e os cremes vegetais para barrar e cozinhar são isentos de gorduras parcialmente hidrogenadas e não contêm ácidos gordos trans. As gorduras de origem animal (manteiga, natas) são compostas, essencialmente, por gordura saturada, colesterol e por gorduras trans.

Porque são saudáveis as gorduras vegetais?

Isentas de colesterol e de trans, ricas em gorduras monoinsaturadas e polinsaturadas, as gorduras de origem vegetal são mais saudáveis devido à sua composição. Estudos demonstram que podem ajudar a controlar os níveis de colesterol, destacando-se o seu papel na prevenção das doenças cardiovasculares. Ajudam também no correcto desenvolvimento cognitivo e sistema imunitário, entre outros.

As gorduras saturadas são prejudiciais à saúde?

O consumo elevado de gorduras saturadas (de origem animal) aumenta os níveis de colesterol no sangue, contribuindo para o “entupimento” das artérias e provocando doenças cardiovasculares e alguns tipos de cancro.

Onde podemos encontrar os diferentes tipos de gordura?

Nos alimentos de origem animal, existe, maioritariamente, gordura saturada. Contrariamente, nos alimentos de origem vegetal, prevalecem as gorduras insaturadas (monoinsaturadas e polinsaturadas). Para reduzir o consumo de gordura saturada, consuma menos carnes gordas, enchidos e produtos lácteos gordos. As gorduras monoinsaturadas encontram-se no azeite e óleo de amendoim, nas amêndoas e nas azeitonas. As gorduras polinsaturadas dominam a composição dos óleos vegetais como os de girassol, milho ou soja, presentes nas margarinas e cremes vegetais para barrar e cozinhar, e nos peixes gordos (sardinhas, salmão, cavala, atum, etc.).

Margarinas e Cremes vegetais

Quando o valor total de gordura é inferior a 80%, as margarinas designam-se por cremes vegetais para barrar ou cozinhar. Se os valores de gordura forem inferiores a 40% denominam-se por cremes vegetais para barrar light.

Gordura insaturada

Constituída por ácidos gordos monoinsaturados e polinsaturados, tem um papel preponderante e activo na nossa saúde, nomeadamente na saúde cardiovascular. A substituição de gorduras saturadas por insaturadas ajuda a diminuir o nível de mau colesterol no sangue.

Gordura polinsaturada

A gordura polinsaturada (Ómega 3 e 6), é reconhecida como um ácido gordo essencial. É uma gordura necessária ao crescimento do feto e das crianças, manutenção celular e desenvolvimento cerebral favorecendo uma boa acuidade visual. Presente em óleos vegetais, margarinas/cremes vegetais para barrar e cozinhar e peixe gordo.

Acidos gordos essenciais

Gorduras polinsaturadas (Ómega 3 e 6) são essenciais porque o nosso organismo não é capaz de os produzir. A única forma de os obter é através da alimentação. Fundamentais à nossa saúde, devem ser consumidos diariamente.

Gordura monoinsaturada

Importante para as membranas celulares, pois oferece resistência ao aquecimento, não é considerada um ácido gordo essencial porque o nosso organismo é capaz de a sintetizar. Encontra-se no azeite, em alguns peixes e frutos gordos.

Gordura saturada

Associada ao aumento de risco de doenças cardiovasculares, de colesterol sanguíneo (em particular o colesterol LDL) e alguns tipos de cancro, reconhece-se pelo facto de ser sólida à temperatura ambiente. Presente na manteiga, natas, leite gordo, queijos gordos, produtos de charcutaria gordos e gordura de carne de vaca. O seu consumo deve ser limitado, não ultrapassando 10% da energia total diária.

Gordura hidrogenada

Resultado da transformação da gordura líquida em sólida. Neste processo formando ácidos gordos trans, um tipo de gordura que é prejudicial à saúde.  As margarinas e os cremes vegetais para barrar e cozinhar não passam por um processo de hidrogenação.

Gordura trans

Os ruminantes produzem ácidos gordos trans durante a sua digestão. Por isso, a sua carne tem gordura trans, bem como os seus derivados. Industrialmente, os ácidos gordos trans resultam da transformação das gorduras líquidas em sólidas (hidrogenação). Durante a fritura a altas temperaturas, também se podem formar ácidos trans, recomendando-se o uso de gorduras adequadas ao aquecimento. As gorduras trans estão geralmente presentes em bolachas e em refeições pré-preparadas.
Fontes:
http://www.unilever-jm.com/brands/hygieneandwelbeing/Vida-saudavel/Duvidasgorduras.aspx

http://www.engalimentos.com.br/post/2011/03/02/Perfil-nutricional-de-alimentos-com-alegacao-de-zero-gordura-trans.aspx

http://www.queijosnobrasil.com.br/gordura-trans.html

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Dieta mediterrânea à brasileira



Clima e posição geográfica de países como Grécia, Espanha, Itália, Marrocos, Tunísia e França, fazem com que esses países do mediterrâneo consigam produzir frutas e verduras de excelente qualidade - elas amadurecem sem umidade e preservam uma grande intensidade de cores e aromas.
Esta união de vários tipos de culinária tem muito em comum, o consumo frequente de leite e seus derivados, peixe; e, claro, o uso do azeite de oliva.

A dieta desses países também é conhecida pelo alto consumo de frutas, hortaliças (verduras e legumes), cereais, leguminosas (grão-de-bico, lentilha), oleaginosas (amêndoas, azeitonas, nozes), peixes e vinhos. O resultado dessa combinação de sabores faz com que seus habitantes desenvolvam menos doenças e vivam mais.

A grande diferença entre a dieta mediterrânea e a nossa está no baixo consumo de carnes vermelhas, gorduras de origem animal, produtos industrializados e doces (ricos em gordura e açúcar).
Um estudo apresentado durante o encontro anual da American Society for Reproductive Medicine, nos Estados Unidos, comprovou que a dieta adotada pelas mulheres de países da região do mar Mediterrâneo garante não apenas melhor qualidade de vida, mas também aumenta as chances de sucesso no tratamento de ovários policísticos e de gravidez.
"A dieta do Mediterrâneo sempre foi associada à vida longa. Ela orienta as pessoas a consumirem mais vegetais, legumes, cereais integrais, sementes, óleos nobres, queijos e iogurtes. Além disso, alguns alimentos são ‘obrigatórios’: tomate, alho, maçã, nozes e vinho. Isso tudo acompanhado de exercícios moderados, mas regulares. A caminhada de meia hora todos os dias é uma grande aliada desse processo de recuperação da saúde", diz Silvana Chedid, especialista brasileira em Reprodução Humana.
Uma nova dieta mediterrânea abrasileirada, que substitui atum, castanhas e azeite extravirgem por alimentos baratos e acessíveis no país, como sardinha, milho, sopa de feijão e tapioca.  Esse é o projeto do HCor (Hospital do Coração), em parceria com o Ministério da Saúde.
A ideia é lançar no país uma dieta com alimentos de baixo custo e presentes na rotina dos brasileiros para a prevenção de doenças cardiovasculares em pessoas que já tiveram infarto ou derrame ou que correm maior risco de sofrê-los por causa de hipertensão e colesterol alto.
Da primeira fase do projeto, que avaliou a efetividade da dieta, participaram 120 pessoas cardíacas do Rio de Janeiro e de seis cidades de São Paulo (incluindo a capital), durante oito semanas.
Metade recebeu as orientações de praxe que são dadas após um evento cardiovascular, como diminuir a quantidade de gorduras saturadas (presentes na carne vermelha, por exemplo).
A outra metade seguiu o material educativo e o cardápio do projeto, os quais classificam os alimentos com as cores da bandeira nacional: verde, amarelo e azul.
A escolha não é à toa: os participantes foram instruídos a montar os pratos de acordo com a predominância dessas cores na bandeira.
Ou seja, a dieta recomenda ter maior quantidade de alimentos verdes (ricos em vitaminas, minerais e fibras), menor proporção de alimentos amarelos (com quantidade considerável de gordura saturada) e uma quantidade menor ainda de alimentos azuis, que contêm mais gordura, sal e açúcar.
"Usamos um aspecto lúdico e critérios factíveis para facilitar a adesão à dieta.  Independentemente do grau de instrução, a pessoa vai identificar o que é bom e qual a quantidade indicada", diz Bernardete Weber, coordenadora da pesquisa do HCor.
Ela afirma que, se os alimentos recomendados forem muito diferentes do que a pessoa come normalmente, é difícil aderir às mudanças.

Resultados:
Segundo ela, os níveis de colesterol dos participantes que seguiram a dieta cardio protetora diminuíram.
Weber cita outro resultado positivo: os pacientes também perderam peso, já que as dietas e as quantidades das calorias diárias foram adequadas para pacientes com sobrepeso ou obesidade.
A segunda fase do estudo é mais ambiciosa: vai envolver cerca de 2.000 pessoas em todo o país, e, mais importante, vai elaborar diferentes dietas respeitando as variações regionais de cada Estado.
Segundo Weber, isso pode incluir castanhas do Norte, suco de uva do Sul e feijão-verde no Nordeste.
Os participantes não serão apenas cardiopatas, mas também pessoas com risco maior de ter um problema cardíaco.


Alimentos Verdes: Ricos em vitaminas e fibras devem ser consumidos em maior quantidade



Amarelos: com gordura saturada, sal e açúcar; sua quantidade deve ser moderada


Azuis: com muita gordura, sal e açúcar, devem ser consumidos em pouca quantidade


Para a dieta mediterrânea abrasileirada temos uma sugestão de cardápio diário:*

Café da manhã/lanche
1 xícara de chá de leite desnatado ou 1 unidade de tapioca sem recheio ou 1 unidade média de maçã, banana ou laranja.
1 pão francês integral/1/2 pão francês ou 2 fatias de pão de forma integral/1 fatia de pão de forma branco ou 2 colheres de sopa de mingau de aveia sem açúcar.
1 colher de chá de açúcar ou 2 colheres de chá de achocolatado ou capuccino em pó ou 2 colheres de geleia caseira de frutas ou mel.

Almoço e Jantar
4 colheres de sopa de vegetais cozidos ou 4 colheres de sopa de vegetais crus.
4 colheres de sopa de arroz ou batata ou mandioca ou macarrão ou massa de milho (polenta) ou 4 colheres de sopa de feijão ou ervilha ou soja ou grão de bico.
1 bife de carne vermelha pequeno ou 1 filé de peixe médio ou atum e sardinha enlatada imersos em água, não óleo.

Alimentos não recomendados:
> Sorvete (massa ou picolé) 
> Chocolate ao leite ou recheado
> Balas, doces e bolos industrializados
> Salgadinhos de pacote
> Biscoito recheado
> Refrigerante e suco industrializado com açúcar
> Molhos industrializados (ketchup, mostarda, maionese)
> Carnes processadas (nuggets, salsicha, hambúrger, sticks de peixe)
> Sopa industrializada
> Alimentos embutidos ou industrializados

*Exemplo de alimentos da dieta elaborada pelo HCor

Matéria retirada da "FOLHA DE SÃO PAULO" Caderno Saúde do dia 2 de julho de 2012

sexta-feira, 20 de julho de 2012

O Equilíbrio na Mesa






O objetivo do nosso organismo é digerir o alimento e usá-lo para manter seu corpo vivo.  Vamos aqui observar os componentes básicos que fazem parte da nossa alimentação e qual a função de cada um,  e porque são tão importantes para nosso corpo.

1- Carboidratos: Os carboidratos fornecem o combustível básico para o corpo.  Podem ser simples e complexos.  O carboidrato mais simples é a glicose. Fluem na corrente sanguínea para estar disponível a cada célula do nosso corpo. Especificamente, um conjunto de reações químicas na glicose cria a ATP (adenosina trifosfato), e uma ligação de fosfato nas energias de ATP cria a maioria da maquinaria em célula humana.  A glicose é um açúcar simples, por isso tem um gosto doce para a nossa língua.  Há outros açúcares simples dos quais fazemos uso diariamente, como a frutose (principal açúcar das frutas), lactose (açúcar encontrado no leite), maltose (o açúcar encontrado no malte), a sacarose ("açúcar branco" ou açúcar de mesa"), a galactose (obtido pela hidrólise da lactose).
A glicose, a frutose e a galactose são monossacarídeos e são os únicos carboidratos que podem ser absorvidos pela corrente sanguínea através da parte interna do intestino.  A lactose, a sacarose e a maltose são dissacarídeos e são facilmente convertidos em suas bases monossacarídeas pelas enzimas no trato digestivo (Os monossacarídeos (açúcares simples ou oses) são os glicídios mais simples, que não podem ser quebrados pela digestão. Ex: glicose, frutose e galactose. Os dissacarídeos resultam da união de dois monossacarídeos. Ex: lactose do leite formada por uma molécula de glicose e uma de galactose; e a sacarose (açúcar comum), encontrada na cana-de-açúcar e na beterraba, formada por uma molécula de glicose e uma de frutose).  
Os monossacarídeos e dissacarídeos são chamados de carboidratos simples.  São açúcares, têm sabor doce, são digeridos e entram na corrente sanguínea de forma muito rápida.
Também existem carboidratos complexos, normalmente conhecidos como "amidos".  Amidos são a maneira que as plantas usam para armazenar energia - elas produzem glicose e formam cadeias com estas moléculas para formá-los.  A maioria dos grãos (trigo, milho, aveia, arroz) e alimentos como batatas e bananas são ricos em carboidratos complexos.  
O nosso sistema digestivo quebra um carboidrato complexo em moléculas de glicose para que esta glicose possa entrar na corrente sanguínea.  No entanto, leva muito mais tempo para quebrar o amido.  Um carboidrato complexo integral é digerido muito mais vagarosamente, o que faz com que a glicose entre na corrente sanguínea a uma taxa de apenas duas calorias por minuto, ao passo que, uma lata de refrigerante (que contém muito açúcar) entrará na corrente sanguínea em uma taxa de 30 calorias por minuto.
Os açúcares simples requerem pouca digestão, elevando rapidamente o nível de açúcar no sangue.  Em resposta, o pâncreas produz uma grande quantidade de insulina para evitar que os níveis de glicose no sangue se elevem muito.  Esta grande resposta de insulina, por sua vez, tende a fazer o nível de açúcar cair depois de 3 a 5 horas.  Esta tendência de queda do nível de glicose no sangue pode, então, levar ao surgimento da adrenalina, que por sua vez pode causar nervosismo ou irritabilidade.  O mesmo "efeito montanha russa" de níveis de glicose e hormônios não ocorre depois de comer carboidratos complexos integrais ou após ter uma refeição balanceada, porque os processos de digestão e absorção são muito lentos. 
Pensando bem, isto é muito interessante porque mostra que os alimentos que consumimos podem afetar o humor e o temperamento.  Os alimentos afetam os níveis de hormônios em sua circulação sanguínea por muito tempo.
As funções da insulina são:
> possibilitar que a glicose seja transportada pelas membranas das células;
> converter a glicose em glicogênio para ser armazenada no fígado e músculos;
> ajudar o excesso de glicose a ser convertido em gordura;
> evitar a quebra de proteína pra não faltar energia.
A glicose, portanto é fonte essencial de energia para o nosso corpo, que possui muitos mecanismos diferentes para assegurar que o nível correto de glicose esteja adequado na corrente sanguínea, fornecendo energia que as células precisam para sobreviver.

2- Proteínas: Uma proteína é qualquer cadeia de aminoácidos.  Um aminoácido é uma pequena molécula que atua como um bloco construtor de qualquer célula.  Em relação ao nosso organismo há dois tipos diferentes de aminoácidos: essencial e não-essencial.  Os não-essenciais são aqueles que nosso corpo pode criar a partir de outros produtos químicos encontrados em nosso organismo.  Já os essenciais não podem ser criados, e além do mais, a única forma de obtê-los é através da alimentação.
A origem da proteína de nossa dieta é tanto de fontes animais quanto vegetais.  A maioria das fontes animais (carne, leite, ovos) fornece o que chamamos de "proteína completa", o que significa que contém todos os aminoácidos essenciais.  As fontes vegetais  geralmente são pobres em proteínas, mas combinadas a diferentes alimentos tornam-se magníficas fontes proteicas.  Alimentos como nozes, feijão e soja são ricos em proteínas.
O sistema digestivo quebra todas as proteínas dos aminoácidos para que eles possam entrar na corrente sanguínea. As células usam os aminoácidos como blocos construtores.


3- Gorduras: Todos nós conhecemos as gorduras comuns que os alimentos contêm.  A carne possui gordura animal, os pães e massas, óleos vegetais, manteiga ou banha.  Alimentos fritos são feitos em óleo quente.  Enfim, existem dois tipos de gorduras: as saturadas e as insaturadas.  As gorduras saturadas são normalmente sólidas em temperatura ambiente, enquanto que as insaturadas são líquidas.
Os óleos vegetais são os melhores exemplos de gorduras insaturadas, enquanto que banhas e manteigas (assim como a gordura animal que vemos em carne crua) são gorduras saturadas. As gorduras insaturadas são, atualmente, consideradas mais saudáveis que as saturadas.
As gorduras que consumimos entram no sistema digestivo e encontram com uma enzima chamada lipase.  A lipase quebra a gordura em partes: glicerol e ácidos graxos.  Esses componentes são reagrupados no triglicérides para serem transportados pela corrente sanguínea.  As células musculares e as células adiposas absorvem os triglicérides para armazená-los ou queimá-los, como se fossem combustíveis.
Precisamos consumir gordura por algumas razões, veja:
> certas vitaminas são solúveis em gordura; a única forma de obtê-las é ingerindo gordura;
> do mesmo modo que há os aminoácidos essenciais, há os ácidos graxos essenciais (por exemplo, o ácido linoleico, usado para produzir as membranas das células); o nosso organismo não produz sozinho, só poderá ser obtido através da alimentação;
> a gordura se torna uma boa fonte de energia; ela contém duas vezes mais calorias por grama do que os carboidratos ou as proteínas; o organismo pode queimar gordura como combustível, quando necessário.

4- Vitaminas: O nosso corpo necessita de 13 vitaminas diferentes:
> Vitamina A (solúvel em gordura, retinol) presente em alimentos que contêm beta-caroteno.
cenoura, espinafre, batata doce, abóbora, entre outros.
> Vitamina B (solúvel em água, várias vitaminas específicas no complexo)
- B1(tiamina), B2 (riboflavina), B3 (niacina), B6 (piridoxina), B12 (cianocobalamina), ácido fólico.
> Vitamina C (solúvel em água, ácido ascórbico)
> Vitamina D (solúvel em gordura, calciferol)
> Vitamina E (solúvel em gordura, tocoferol)
> Vitamina K (solúvel em gordura, menaquinona)
> Ácido pantotênico solúvel em água)
> Biotina (solúvel em água)
Na maioria dos casos, a falta de alguma dessas vitaminas causa graves doenças.  Uma dieta de alimentos frescos e naturais, geralmente, fornecem todas as vitaminas que o nosso organismo necessita.

5- Minerais: Os minerais são elementos que nosso organismo devem ter para criar moléculas específicas necessárias ao bom funcionamento do nosso corpo.
São eles: cálcio, cloro, cromo, cobre, flúor, iodo, ferro, magnésio, manganês, fósforo, potássio, selênio, sódio, zinco.  Além desses, precisamos de outros minerais também, mas são fornecidos pelas moléculas que os usam.  por exemplo, o enxofre é encontrado no aminoácido metionina e o cobalto é parte da vitamina B12.
Uma boa alimentação variada fornece todos os minerais.

6- Água: Por estarmos perdendo água constantemente através da urina, na respiração e pela transpiração, necessitamos recuperá-la. Afinal, como vimos, muitas vitaminas são solúveis em água.  A outra razão é que nossa pele está em constante renovação celular.  Se estivermos trabalhando e suando muito, a perda então, é bem maior.
Devemos tomar, pelo menos, 1134 mL por dia na forma de alimentos úmidos e líquidos.  No calor ou quando estamos exercitando, nosso corpo precisa duas vezes mais que essa quantidade.  Muitos alimentos contêm uma surpreendente quantidade de água, especialmente as frutas.  Água pura e bebidas fornecem o restante.

7- Fibras: São substâncias componentes dos tecidos vegetais que não constituem fonte de energia, porque não podem ser hidrolizadas por enzimas do intestino humano.
As fibras alimentares desempenham importantes papéis na proteção da saúde humana.  Além de proporcionarem aumento do volume fecal e controle sobre o trânsito intestinal, seu consumo adequado vem sendo associado à prevenção e também no tratamento de várias patologias, tais como obesidade, diabetes, dislipidemia, obstipação intestinal, diverticulite e outras. 
Assim, como diferentes vitaminas exercem funções específicas em nosso organismo, os vários componentes das fibras alimentares produzem diferentes respostas fisiológicas que estão relacionadas às propriedades físico-químicas destes integrantes:
a) Celulose: está presente nas frutas (polpa e casca), nas hortaliças (hastes e folhas), nos legumes e cereais.
b) Hemicelulose: é utilizada como laxante e na produção de alimentos de baixas calorias, em virtude de sua capacidade de produzir volumes e sensação de saciedade.
c)  Lignina: encontrados nas porção lenhosa dos vegetais.
d) Pectina: encontrada em todos os frutos, absorve água em forma de gel; é amplamente utilizada na indústria de alimentos.
e) Gomas e mucilagens: semelhantes à pectina são encontradas nas secreções de vegetais ou sementes.

Mistério: por que algumas pessoas queimam calorias e outras não?
Todo mundo conhece; pessoas invejáveis que não sabem renunciar às sobremesas ricas em calorias porque, apesar de tais excessos, não ganham nenhum grama de peso...E provavelmente nós pertencemos ao outro grupo: ao das pessoas dignas de compaixão, que precisam redobrar seus cuidados, inclusive controlando a quantidade do que comem, porque do contrário pagam um alto preço vendo como dispara o fiel da balança.  De acordo com a voz popular, os primeiros sabem queimar calorias; os demais, não.  Dizendo isso de outra maneira, tais diferenças têm muito a ver com o metabolismo corporal.
Atualmente, conhecemos duas formas de metabolismo energético. Em primeiro lugar, o metabolismo basal, também denominado metabolismo de manutenção ou de repouso, responsável pela produção da energia do corpo, em estado de repouso e numa temperatura corporal de 37º, necessária para a manutenção das funções orgânicas.  Através da alimentação deve-se consumir em média 1.400 - 1.800 kcal como combustível.  No entanto, o metabolismo basal é diferente para cada indivíduo, em função da idade, do sexo, do peso e de outros fatores pessoais e genéticos.
Além dessa energia básica, o organismo necessita de energia adicional para várias atividades que realiza.  Em se tratando de uma atividade ligeira como, por exemplo, o trabalho de escritório, o denominado metabolismo laboral exige por dia uma média de 2.300 - 2.500 kcal.  Em contrapartida, em situações que requerem grandes esforços, com especial desgaste muscular, a cifra pode chegar a duplicar e atingir as 3.500 - 4.000 kcal.  E, sem esquecer que consumimos energia com a digestão ou a regulagem da temperatura corporal (principalmente em dias frios), e também com emoções (estresse, raiva, preocupações, etc.).
Poderíamos então afirmar que, no caso ideal de um nível de energia equilibrado (quer dizer, quando a ingestão e o consumo de energia são mais ou menos equivalentes), o peso corporal se mantêm basicamente constante.  Mas é aqui que entram em jogo as particularidades pessoais.
De fato, se é registrado um superávit no balanço energético, quer dizer, um excesso de energia ingerido, esse é armazenado pelas células do tecido adiposo em forma de "reserva de gordura" para que, em caso de necessidade, o corpo possa recorrer a si próprio para alimentar.  Mas, a curto prazo, uma excessiva reserva de gordura conduz a um aumento de peso, se bem que pesquisas recentes demonstram que um excesso de alimentação constante, em diferentes pessoas, podem ter efeitos muito diversos.
Quando os queimadores de calorias não comem com moderação, seu corpo incrementa a produção de calor e queima em pouco tempo até um terço da energia excedente.  Porém, para os que não queimam calorias, o excesso de alimentos produz outros efeitos: armazenam mais gorduras e aumentam facilmente seu peso.  Outra série de fatores físicos também influi nas oscilações do metabolismo basal.  Este aumenta, por exemplo, em caso de febre, gravidez e de determinas doenças, e, de modo contrário, o estresse produzido pelas mudanças hormonais pode fazê-lo baixar.
Sendo assim, preconiza os estudos em nutrição e dietética que as pessoas devem fazer várias refeições (pelo menos 5x) durante o dia.  Deverá estabelecer critérios, como por exemplo: ingerir pouco volume de alimento cada 3 ou 4 horas durante o período que estiver fazendo qualquer atividade, evitar volumes  exagerados nas principais refeições do dia, como no almoço e jantar. Nos intervalos das principais refeições, frutas ou sucos, gelatinas ou cereais (barras), procurar sempre incrementar as refeições com fibras, o que traria o benefício da saciedade. E, estar atento ao sinais do seu corpo, reforçando as necessidades de nutrientes ao seu organismo, visando seu bem estar e equilíbrio.


Fontes: Curso de Técnico em Nutrição e Dietética - SENAC - SP
           O Maravilhoso Corpo Humano - Seleções do Reader's Digest 
           Como funciona a alimentação - por Marshall Brain - traduzido por HowStuffWorks Brasil