quarta-feira, 16 de maio de 2012

Cafeína: benefícios e prejuízos para a saúde




Vez ou outra, ao nos deliciarmos com uma xícara em meio a uma roda de amigos, alguém pergunta: Será que café faz mal? Ou então: Vocês viram, agora o café faz bem? Vamos pôr fim de vez a essas dúvidas. Os cientistas já consideram o café como alimento funcional (previne doenças mantendo a saúde) ou mesmo um nutracêutico.
Para muitos de nós, uma xícara de café sempre cai bem como um saboroso estimulante.  O cafezinho traz uma nova disposição pela manhã e chega a tirar aquela sonolência que às vezes surge logo depois do almoço.  Embora seja uma substância que crie dependência, a cafeína traz benefícios como um aumento na capacidade mental e na concentração, embora temporárias.  Outra notícia boa é que a grande maioria dos estudos não encontrou relação entre o café e vários tipos de câncer, nem com a osteoporose.  Mas o consumo da cafeína deve ser moderado, pois pode provocar irritação no estômago e, entre outras coisas, inibe o sono profundo e pode provocar arritmias.  Veja quais os riscos e benefícios dessa bebida que é uma das mais consumidas no país.
A cafeína é uma substância branca, cristalina, de sabor muito amargo, considerada a mais popular dentre as substâncias viciantes que existem.  As fontes mais comuns de cafeína são o café, a semente de cacau (utilizada na fabricação do chocolate), a semente de cola (utilizada na fabricação de refrigerantes) e os chás.  É também adicionadas a alguns analgésicos, medicamentos contra a gripe e medicamentos utilizados para estimular a capacidade mental.
A quantidade de cafeína nos alimentos varia dependendo do tamanho da porção, do tipo do produto e do método de preparo.  No caso do café e dos chás, a variedade da planta também interfere na quantidade de cafeína.  Veja:



Quantidade de Cafeína nos alimentos

Alimento (porção em g ou ml)                                  Quantidade de cafeína (mg)

Refrigerante a base de laranja (355ml) ............................................ 0
Café Instantâneo e descafeinado (240ml)..........................................3
Achocolatado pronto (220ml)...........................................................5
Café Filtrado e descafeinado (240ml)................................................6
Bebida a base de cacau (300ml).......................................................9
Chá branco (240ml).......................................................................15
Chocolate ao leite (28g).................................................................20
Chá verde (240ml).........................................................................25
Chocolate em pó (28g)...................................................................26
Refrigerante a base de cola (355ml)................................................36
Chá mate (240ml)..........................................................................47
Café Instantâneo (240ml)...............................................................57
Bebida energética – Red bull (250ml).............................................76
Café Expresso (30ml)....................................................................77
Café Filtrado (240ml)..................................................................108

ESCRITO POR KELLY STEIN EM CURIOSIDADES   

TAGS: ALIMENTOS, CAFÉ, CAFEÍNA, CAROLINA CAMPOS, CHÁ, ESTIMULANTE, NUTRICIONISTA, VANESSA ALVES LOBATO


A cafeína dentro do nosso corpo:
Quando ingerimos café, chocolate e refrigerantes à base de cola, a cafeína presente nesses alimentos é absorvida pelo intestino delgado e, após alguns minutos, já está na corrente sanguínea, sendo levada para todos os órgãos do corpo.  Ela acelera os batimentos cardíacos, estimula o cérebro, aumenta o fluxo urinário, a produção de ácidos digestivos, relaxa os músculos lisos e também os que controlam os vasos sanguíneos e as vias respiratórias.
A abstinência súbita de cafeína por pessoas acostumadas com o consumo razoável pode causar dores de cabeça, irritação e outros sintomas cuja gravidade varia de uma pessoa para outra.
Em pessoas sensíveis, a cafeína pode provocar enxaquecas, enquanto em outras alivia a dor de cabeça, relaxando o vaso sanguíneo que provoca a dor latejante. 
Nos últimos anos, vários estudos têm sido conduzidos no sentido de associar os efeitos fisiológicos da cafeína como desencadeadora de algumas patologias e seus possíveis efeitos sobre o desempenho mental, estimulando a concentração e até mesmo a sua influência no aumento da  performance do atleta .

Cafeína e a relação com algumas doenças
Com o passar dos anos, ambos, cafeína e café, têm sido associados com certos tipos de câncer; no entanto, essas associações não são sustentadas pelos pesquisadores.  Vários estudos clínicos e epidemiológicos que examinaram a ligação entre câncer de bexiga, cólon e pâncreas e o consumo de café ou chá foram revisados na década de 1990.  Os estudos revisados, 13 no total, incluindo 20.000 pessoas, não acharam correlação entre o consumo de café ou chá e a incidência desses tipos de canceres.  Uma meta-análise realizada em 1993 não encontrou evidências de aumento de risco de câncer do trato urinário com o consumo de café.
Uma revisão científica realizada por Lubin & Ron (1990) examinou todos os dados ligados ao consumo de cafeína e tumores malignos na mama.  Mais de 11 casos-controle revisados não estabeleceram uma ligação significativa entre a ingestão de cafeína e a incidência de câncer de mama.
O guia dietético da Sociedade Americana de Câncer diz não haver indicação de que a cafeína é um fator de risco para o câncer em humanos, e o Nacional Academy of  Sciences (1989) aponta que nada de convincente foi relacionado com a cafeína e qualquer tipo de câncer.
Um estudo de 1986 citou a ligação entre o consumo excessivo de café e a doença cardíaca, mas as investigações falharam no que se refere ao "grupo controle" e a outros fatores de risco significativos como dieta e cigarro.  Um estudo subsequente, conduzido por pesquisadores da Universidade de Havana, concluiu que o consumo de cafeína não causa um aumento substancial no risco de doença coronária ou enfarte.  O estudo incluiu 4.558 homens em idade entre 40 e 75 anos, e o consumo de gorduras, colesterol e o hábito de fumar de cada participante foi levado em consideração nos ajustes estatísticos.  
Uma pesquisa conduzida em 1996 analisou 85.747 mulheres, relacionando o consumo de café e o desenvolvimento de doenças coronárias.  O estudo não encontrou evidências positivas entre o consumo de café e o risco de doenças do coração.
Outra dúvida que muitas pessoas têm é com relação a osteoporose e o consumo de cafeína.  Um estudo realizado em 1990 demonstrou que a cafeína não tem efeito apreciável no balanço de cálcio em mulheres que se encontram na pré-menopausa e consomem, pelo menos, 600 mg de cálcio por dia. Outro estudo realizado em 1992 examinou a ingestão de café em 980 mulheres na pós-menopausa e demonstrou que há associação entre a ingestão de café (equivalente a 2 xícaras/dia) e a redução da densidade mineral óssea.  Todavia, essa observação foi feita entre mulheres que tinham uma baixa ingestão de leite, sugerindo que o consumo de café substitui a ingestão de leite para essas mulheres.  A suplementação de cálcio para aquelas que consumiam pelo menos 1 copo de leite por dia eliminou a relação entre a ingestão de café e a diminuição da densidade óssea.

O que é perigoso
O consumo excessivo de alimentos que contêm cafeína pode trazer alguns perigos para a nossa saúde.  Por isso, recomenda-se que o consumo de café, por exemplo, seja moderado.  A sugestão para aquelas pessoas que consomem muito café, é que procurem reduzir a cafeína de outras fontes, por exemplo, limitando o consumo de chocolate e eliminando da dieta os refrigerantes do tipo cola.
A seguir, alguns problemas que podem estar relacionados ao consumo excessivo de cafeína:
1- Infertilidade: estudo recente demonstrou que mulheres que bebiam mais de 3 xícaras de café (300 mg de cafeína) por dia reduziram suas chances de concepção em aproximadamente 25%;
2- Problemas cardíacos: a cafeína causa um aumento temporário na pressão arterial e pode provocar arritmias cardíacas em pessoas suscetíveis;
3- perda óssea: o café aumenta a eliminação de cálcio na urina.  Para compensar essa perda, pessoas que consomem muito café devem ingerir uma quantidade extra de alimentos ricos em cálcio;
Outros inconvenientes: a cafeína pode viciar e provocar sintomas de abstinência; pode causar insônia; quantidades excessivas podem provocar tremores, palpitações e ansiedade.  Seu efeito diurético aumenta o fluxo urinário.

O que é benéfico
A ingestão de alimentos que contêm cafeína pode trazer alguns benefícios para o nosso organismo.  Mesmo assim, recomendamos que o consumo seja feito com bom senso, moderadamente.
A cafeína pode;
1- aumentar temporariamente a capacidade mental e a concentração;
2- melhorar por algum tempo o desempenho atlético aumentando a força e a resistência muscular;
3- evitar uma crise de asma, relaxando os músculos bronquiais obstruídos.

A cafeína e sua relação com o sono
A cafeína exerce um importante efeito sobre o sono ao inibir a ação da adenosina, hormônio associado ao sono profundo.  O tempo de meia-vida da cafeína no organismo é de 4 a 6 horas.  Portanto, se bebermos uma xícara de café (cerca de 100 mg de cafeína) por volta das 17 horas, cerca de 50 mg de cafeína ainda estarão em nosso corpo lá pelas 22 horas.  Podemos ainda estar aptos a dormir, mas provavelmente não iremos usufruir os benefícios do sono profundo.  No dia seguinte, precisaremos de mais cafeína para nos sentirmos melhor e esse círculo vicioso continua, dia após dia.  Muitas vezes, ao tentarmos parar de consumir cafeína, poderemos nos sentir deprimidos e, algumas vezes, com uma terrível dor de cabeça causada pela excessiva dilatação dos vasos sanguíneos no cérebro.  Esses efeitos negativos, geralmente, forçam-nos a correr de volta para o consumo de cafeína.
Muitas pessoas, na tentativa de evitar a insônia, tomam café descafeinado.  Mas mesmo o café descafeinado contém até 5 mg de cafeína em uma xícara de 140 mL.  Por isso, pessoas com problemas de insônia ou má digestão devem evitar tomar café de qualquer tipo.  Substâncias químicas utilizadas na eliminação da cafeína podem colocar a saúde em risco.  Prefira marcas de café que tenham sido descafeinado por extração com água.


Curiosidades
Novos estudos estão sendo feitos para avaliar o possível benefício de seu consumo na prevenção da depressão, tabagismo, alcoolismo e mesmo infarto do miocárdio devido aos ácidos clorogênicos e quinídeos. O que já se sabe é que 4 xícaras diárias beneficiam atletas.
Medicamentos com cafeína na composição
Existem vários medicamentos com cafeína em sua composição, pois na dose de aproximadamente 50 mg ela atua como potencializador de alguns analgésicos na dor de cabeça, por exemplo.
Cosméticos a base de cafeína 
Há vários cremes anti-celulite onde um dos componentes principais é a cafeína. Ela tem a capacidade de transformar a gordura em ácido graxo e glicerol, facilitando a eliminação dos excessos na célula. Estudos muito recentes revelam que a cafeína pode combater o câncer de pele, se formulado em preparações tópicas. Massoterapeutas estão cremes a base de cafeína para quem quer eliminar a celulite. A massagem é feita com pressões fortes nas regiões onde há acumulo de moléculas de gordura e, depois o local é envolvido por um produto a base de café. Através da quebra de gordura é possível alcançar a camada mais profunda da pele para eliminar os indesejados furinhos. A cafeína ativa a microcirculação da pele, funcionando como firmadora e hidratante corporal

Bom, depois de tudo isso fica fácil deduzir que o café não é nem mocinho e nem vilão. Como tudo que é consumido em excesso, o café pode fazer mal. O ideal seria não ultrapassar as 4 xícaras por dia. E, se a vontade for irresistível, a partir da quinta xícara, opte pelo descafeinado. Há opções em pó e solúvel, de diversas marcas. Não se esqueça de somar nessa conta o consumo de pó de guaraná e alguns tipos de chás como o matte ou preto que também contém cafeína, embora em menor quantidade


Fontes:
>Benefícios do café e da cafeína .  Publicado 16 Jun 2009 por Renata Fraia
> Alimentos Inteligentes - Dra. Jocelem Mastrodi Salgado - Pesquisadora e Profa. Titular em Nutrição - ESALq -USP

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