segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O que fazer para aproveitar melhor os alimentos


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O Brasil tem hoje mais obesos do que desnutridos.  A informação faz parte de uma pesquisa do IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.  A constatação, que pode parecer surpreendente, ainda não foi compreendida por muita gente.  O que a pesquisa revela, na verdade, é que há menos pessoas passando fome, mas certamente mais pessoas comendo mal.


A maioria das pessoas obesas encontradas nas pesquisas do BGE está entre aquelas que se alimentam de forma inadequada.  Resultado dessa constatação, é que as pessoas tendem a ser mais fracas, mais suscetíveis às doenças crônicas, desanimadas, irritadiças, com dificuldade para realizar atividades que dependam de esforço muscular ou cerebral.  Ao contrário de todo esse quadro, um indivíduo nutrido de forma consciente e adequada, adoece com menos frequência, pois o seu organismo está mais protegido e fortalecido.
Atualmente a população consome mais calorias vazias, mais carboidratos, como pães, e carnes mais gordas, que podem custar menos, dar maior sensação de saciedade, mas não nutrem e ainda implicam um excesso de caloria.  Carregam um corpo pesado, debilitado, e com todos os riscos aumentados para as doenças cardiovasculares.
Quando se trata de saúde e alimentação, a desinformação e a prática de maus hábitos alimentares chegam a pesar mais do que o baixo poder aquisitivo.  
O Brasil joga na lata do lixo bilhões de dólares.  Só na agricultura, cerca de 30% de tudo que é produzido não chega à mesa do consumidor.  Água, energia elétrica e gás, além de outros recursos, também são desperdiçados.  É preciso que mudemos a nossa mentalidade, desde o produtor até a dona de casa, evitando o desperdício de alimentos que ocorre na colheita, no transporte, na comercialização, no armazenamento inadequado e no seu preparo.  
Aprender a comprar, ou seja, fazer uma seleção desses alimentos na hora da compra, já é um primeiro passo para evitar o desperdício.  No caso de frutas, legumes e hortaliças prefira sempre os da época, que são mais frescos, escolhendo os mais firmes, sem partes envelhecidas, manchadas, rachadas ou murchas.  Quando adquirir vegetais, não deixe de aproveitar as folhas e talos, pois essas partes contêm grande valor nutritivo, além de serem uma opção para variar os cardápios diários, com refeições nutritivas e de baixo custo.  Por exemplo, quando comprar couve-flor, cenoura e outros como nabo, etc., peça ao vendedor que não retire as folhas.  Elas poderão ser utilizadas em seu cardápio.  As hortaliças devem ser guardadas em sacos plásticos, inteiras, na parte baixa da geladeira.  Compre somente quantidades que serão usadas em um prazo de 3 dias.  Frutas maduras também devem ser conservadas em geladeira.  Quando verdes, mantidas em temperatura ambiente até atingir o amadurecimento desejado.  Guarde-as sempre inteiras para evitar perdas do valor nutritivo.  No caso de suco de frutas ricos em vitamina C, o conselho é que esse suco seja preparado e consumido rapidamente para que não haja perda dessa vitamina por exposição à luz e ao calor.
O cuidado no preparo de frutas e hortaliças também é muito importante.  O ideal é cozinhá-las com casca, de preferência inteiras.  A casca serve como invólucro impedindo que as vitaminas e minerais saiam do alimento e se percam na água do cozimento.  A água em que foram cozidos, pode ser aproveitada no preparo de arroz, macarrão, sopa, etc..  Outro ponto importante é cozinhar os vegetais apenas o tempo suficiente para que fiquem macios, ou, em outra opção o vapor.

32 dicas para você aproveitar os alimentos:
1. Quando for usar de um abacate, deixe a outra metade com caroço.  Isso evita que estrague com rapidez.

2. Não jogue fora talos de agrião, pois eles contêm muitas vitaminas.  Limpe-os, pique-os e refogue-os com temperos como cebola e alho, ovos batidos, e se quiser colocar farinha de mandioca, resultará numa excelente e saborosa farofa.

3. Todas as folhas verde-escuro são ricas em ferro, por isso não deixe de aproveitá-las.

4. Os talos de couve, taioba, brócolis, etc., contêm fibras e devem ser aproveitados em refogados, no feijão na sopa, etc..

5. Sobras de bolacha não devem ir para o lixo.  Despedace-as e guarde-as em vidro fechado, para usar como cobertura de bolo, massa, tortas, etc..

6. O vinho azedo pode ser usado como vinagre.

7. Se sobrou purê de batatas, faça bolinhos ou use para fazer pão.

8. Folhas de nabo, rabanete e beterraba têm maior concentração de cálcio, fósforo e vitaminas A e C se comparadas à raiz, as quais estamos acostumados a comer.  Pique-as e sirva como salada, refogada ou em conserva.

9. As folhas de cenoura são riquíssimas em vitamina A e devem ser aproveitadas para fazer bolinhos, sopas ou picadinhos em saladas.  O mesmo se pode dizer das folhas duras do salsão.

10. Alho é sempre caro.  Evite perdas, transformando-o em pastas.

11. Rale as sobras de queijo e use em molhos e sopas.

12. O caldo das carnes cozidas, devem ser aproveitados como base para diversos molhos como: ao sugo, à bolonhesa, barbecue e outros. 

13. Se for cozinhar batatas para usar durante alguns dias, acrescente uma cebola à água do cozimento para que não escureçam
.
14. Adicione batatas cruas em sopas, ensopados ou molhos que tenham ficados salgados, pois as batatas absorvem o sal
.
15. A parte branca da melancia pode ser usada para fazer doce.  O preparo é igual ao do doce de mamão verde.

16. Para conservar a metade do limão que ainda não foi usada, coloque-a no pires com água, com a parte cortada para baixo, e leve-a à geladeira.

17. Sementes de abóbora, morangas viram aperitivo bem nutritivo se forem torradas e salpicadas com sal.

18. A uva que sobra na geladeira por mais de 3 dias, poderá ser usada como suco, aproveitando todas as suas partes, que bem coado é um aliado poderoso contra várias enfermidades por ser desintoxicante e diurético.

19. Para se tornar fresco o pão amanhecido, basta umedecê-lo levemente com água e levá-lo ao forno por alguns minutos.

20. Se o tomate estiver mole, deixe-o de molho em água fria ou gelada por uns 15 minutos e ele ficará mais rijo.

21. Para conservar a salsa fresca, lave-a, deixe secar, corte bem fininho e depois guarde-a em vidro coberta com óleo.

22. Para que o macarrão não grude, regue com um fio de óleo depois de escorrer.

23. Sempre que possível, evite bater os alimentos no liquidificador: use peneira ou amasse-os.

24. Restos de verdura podem ser ótimos suflês.

25. Pão velho torrado no forno serve como farinha de rosca.  Se amolecido, para almôndegas, para dar
"liga" em bolinhos, engrossar recheios de tortas e muito mais...

26. Arroz amanhecido poderá ser usado como farofa, acrescentando cenoura ralada, cheiro verde, temperos da preferência e farinha de mandioca torrada.

27. Fermento fresco não perde sua força se for congelado.  Para isso, mantenha em um recipiente com tampa.

28. Sobras de carnes e aves assadas devem ser desfiadas e usadas para ensopados ou virados.  Se moídas, podem sair ótimos croquetes, pastéis, recheio para tortas ou omelete, saladas, etc..

29. Sobras de peixe ensopado servem para cuscuz, sobras de filés de peixe frito servem para bolinhos ou maionese.

30. Sobras de arroz também podem dar ótimos bolinhos, canjas, risotos ou mexidos com ovos e sopas.

31. Sobras de feijão servem para fazer tutu, tropeiro (se coado), sopa, etc..

32. O leite talhado pode ser aproveitado com açúcar para fazer bolos.

Essas dicas que você observou, valem para alimentos que permaneceram bem conservados e refrigerados.  Sabendo que são produtos já manipulados, deveremos sempre verificar o aspecto visual, assim como o aroma e o sabor. NUNCA deveremos aproveitar alimentos com: Bolor, manchas escurecidas, odor não característico, aparência modificada, etc.  Lembrando sempre que estamos lidando com a nossa saúde, e a geladeira não conserva alimentos prontos por mais de 3 dias, portanto fique atenta com as sobras e os desperdícios.

Fonte: Alimentos Inteligentes - Drª Jocelem Mastrodi Salgado - Pesquisadora e Professora Titular em Nutrição - Esalq - USP

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Sobre a Celulite


O termo "celulite" foi utilizado por médicos franceses para o que acreditavam ser uma forma de gordura que se acumula, principalmente no corpo das mulheres, localizada nas coxas, nádegas, braços e no abdome, que adquirem uma aparência áspera e com pequenas depressões.  Ela afeta sobretudo as mulheres - mesmo as mais magras -, especialmente durante a fase adulta, e é difícil de eliminar.
Profissionais de saúde e de beleza acreditam que a causa seja uma concentração de toxinas nos tecidos do corpo, que cria bolsas de água, gordura e impurezas, causando distúrbios da circulação.  Essa teoria é controversa e muitos médicos não acreditam que a celulite seja uma forma especial de gordura, não reconhecendo-a, em alguns casos, como uma situação de âmbito médico.
Certos estudos revelam que a prisão de ventre, a deficiência do sistema linfático, a má circulação e o mau funcionamento dos rins e fígado são comuns em mulheres com tendência para a celulite.
Especialistas em estética e em nutrição acreditam que a causa subjacente possa ser a alimentação típica dos tempos atuais, que inclui muito amido, gorduras, proteínas, sódio e açúcares em excesso.  
A receita mais viável é uma dieta com abundância em vegetais frescos e crus, combinada com exercícios físicos, que devem ser praticados 3 vezes por semana durante 30 minutos, para melhorar a circulação e a condição física de um modo geral.  Massagens localizadas com cremes, sauna ou duchas alternadamente quentes e frias sobre as coxas e os quadris, também são recomendadas.

Métodos Naturais


DICAS DE ALIMENTAÇÃO PARA EVITAR A CELULITE
 Dra. Mariana Ferri d'Avila - Nutricionista¹
· Para prevenir ou diminuir o aparecimento de Celulite, é necessário fazer uma dieta desintoxicante, incluindo muitas frutas, verduras e legumes, além de diminuir o consumo de chá preto, mate, café e álcool. 
· Tenha cuidado ao consumir substâncias alimentares retentoras de líquido, como o sódio, presente em grandes quantidades no sal, alimentos processados e enlatados, molhos como shoyo e inglês.
· A lactose (açúcar do leite) também pode estar relacionada com a celulite, devendo ser consumida com moderação. Prefira iogurtes e queijos que possuam menor teor de lactose.  
· Os carboidratos, de preferência integrais (arroz, pão, macarrão, cereal sem açúcar), têm ação termogênica, ou seja, aceleram o metabolismo e ajudam a diminuir os estoques de gordura corporal.
· Mastigue bem os alimentos. Isso ajuda a comer menores quantidades além de favorecer a digestão. 
· Os alimentos menos calóricos e mais ricos em vitaminas, fibras e minerais são bem vindos, pois são reguladores do processo de produção de energia, além de diminuir a absorção de gordura dos alimentos e controlar a regeneração de tecidos, mantendo a pele mais saudável e tonificada.
· Deve-se beber no mínimo 35ml de água x peso em kg por dia para hidratar o corpo. Isso ajuda na eliminação de toxinas e no tratamento da celulite. 
· Devem ser consumidas fontes magras de proteína, como clara de ovo , aves, peixes e carnes vermelhas magras como lagarto, alcatra, músculo, coxão mole, coxão duro e filé mignon.
· Substitua as frituras por preparações grelhadas, assadas ou cozidas.
· Consuma alimentos sem açúcar refinado. Exemplos: pão integral, arroz integral, macarrão, batatas e frutas. 
· No jantar, varie os vegetais da salada, que pode ser substituída por uma sopa de legumes. Além disso, de noite troque o frango por atum, peito de peru, ovo cozido ou tofu (queijo de soja). 

ESTES ITENS TÊM AÇÕES SIGNIFICATIVAS CONTRA A CELULITE

Água: Ajuda na eliminação de toxinas, diminuindo processos inflamatórios e mantém uma boa hidratação da pele.
Água de côco: Rica em potássio, ajuda na circulação e diminui retenção hídrica.
Algas: Fonte de iodo, equilibra o trabalho da glândula tireóide, evitando flutuações hormonais.
Arroz integral: Contém fibras, vitaminas do complexo B, magnésio e cromo, que favorecem a digestão do açúcar e o funcionamento do intestino.
Aveia: Rica em silício, reorganiza as fibras de sustentação da pele e previne a formação de celulite.  
Azeite de oliva: Tem ação antiinflamatória e ajuda a diminuir a formação de celulite. Deve-se consumir 1 colher de sopa por dia.
Castanha-do-pará: Rica em selênio, um antioxidante contra o envelhecimento das células.
Folhas verde-escuras: Fonte de clorofila, melhoram a circulação e desintoxicam o organismo.
Lactobacilos: Além de  favorecer o funcionamento do intestino e de melhorar o sistema imunológico, ajudam a desintoxicar e diminuir a retenção de líquidos.
Lima-da-pérsia: Melhora o funcionamento do sistema linfático e desintoxica o fígado.
Maçã: Fonte de pectina, um tipo de fibra que neutraliza as toxinas presentes no organismo.
Melancia: Rica em água, vitaminas e minerais, estimula a circulação, ajuda a eliminar o excesso de líquido do corpo.
Quinoa: É o alimento completo. Se consumir 1 colher de sopa por dia, ajuda a diminuir em até 30% o aspecto visual das celulite.
Limão: Diz-se que é benéfico fazer uso de 2 a 3 limões por dia, usado para temperar saladas e legumes ralados crus, como pepino, beterraba, cenoura, nabo, aipo, etc. 



1- Dra. Mariana Ferri d'Avila - Nutricionista - CRN3 23786
 e-mail: contato@marianaferridavila.com.br  - www.marianaferridavila.com.br

Fonte: MEDICINA NATURAL - Reader's Digest






quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Alimentos diet x light: Saiba quais são as diferenças




O aparecimento de produtos dietéticos no mercado fez com que muita gente acreditasse que seus problemas de obesidade ou de doenças ligadas à alimentação estavam resolvidos.  Existem produtos que estão sendo, com certeza, uma espécie de revolução para milhares de pacientes que antes estavam proibidos de comer e beber muitas coisas boas.  Mas o consumo desses alimentos merece cuidados especiais e é isso que vamos abordar.
Hoje, mais do que nunca, é possível encontrar nas prateleiras dos supermercados uma infinidade de alimentos e bebidas com os dizeres diet ou light: desde de leites, iogurtes, pães, geléias, refrigerantes, requijão, chocolates em geral, barras de cereais, etc..  Entretanto, a grande maioria das pessoas não sabe o que significam esses termos, ou faz confusão entre eles, de forma que um passa a ser sinônimo do outro.  Além disso, por conta da correria do dia a dia, e porque nem todos temos o hábito de verificar a composição do alimento descrita no rótulo, acabamos sem saber o que estamos consumindo.  O fato de que hoje a diferença de preço não é tão grande entre o alimento dietético e um convencional faz com que muitos de nós optemos pelos diet e light sem uma razão específica para isso.
É interessante sintetizar o que são produtos diet e light.  De um modo geral, os diet são aqueles indicados para pessoas com necessidades ou restrições alimentares específicas.  Por exemplo, diabéticos devem consumir alimentos que não contêm açúcar, e por isso mesmo são diet.  Há também aqueles produtos que não contêm sal, colesterol ou determinados nutrientes, como o sódio, consumidos por pessoas que precisam de dietas especiais.  Já os alimentos light não são isentos, mas têm menor quantidade de calorias, gorduras, carboidratos, açúcar.  São indicados para aquelas pessoas que querem ou precisam perder peso.  Para que não haja confusão, seria aconselhável consumir produtos que fossem diet e light, mas a variedade ainda não é grande no mercado.  Outra recomendação é que o fato de serem dietéticos não significa que podem ser consumidos em grande quantidade.
Para facilitar a identificação por parte do consumidor, os fabricantes devem especificar o perfil do produto na embalagem e destacar a palavra diet ou light.  Lembrando que não se deve confiar apenas nessas palavras, o mais seguro é ler a composição do produto descrita na embalagem.  Empresas sérias são, em geral, bastante cuidadosas e rigorosas nessas especificações.  Mas há aquelas que zelam mais pelo próprio lucro do que pela saúde do consumidor.
Os produtos conhecidos como diet e light passaram a ser conceituados e rotulados sob os mesmos parâmetros adotados nos Estados Unidos e na Europa.
Detalhando as diferenças entre os alimentos diet e light:

Diet:
Quando a palavra diet está estampada no rótulo do alimento ou bebida significa que existe a ausência total de algum ingrediente, que pode ser o açucar, o sal, a gordura, etc..  Assim, produtos específicos para diabéticos devem ser totalmente isentos de açúcar.  Para pessoas com problemas cardiovasculares, a restrição deve ser de gordura e assim por diante.  Para o hipertenso, o ideal são produtos que não contenham sal.
Contudo, isso nem sempre quer dizer que ocorre uma redução nas calorias do produto em questão.  É aí que muitas pessoas se enganam e é nesse caso que devemos tomar cuidado.  Tomamos o chocolate diet como exemplo, nos quais todo açucar utilizado na sua fabricação é substituído por adoçantes.  Geralmente, esse tipo de alimento é desenvolvido para diabéticos, mas acabam sendo também adquiridos, por desinformação, por pessoas que querem restringir as calorias da sua dieta.
A palavra diet do chocolate dá muitas vezes uma conotação de que ele é pouco calórico e isso acaba estimulando sua compra por aqueles que querem emagrecer ou manter a forma.  Mas o que poucos sabem é que a troca do açúcar por adoçantes no momento da fabricação modifica em grande parte a textura do alimento.  Para conseguir a textura habitual, os fabricantes acabam adicionando mais gordura, o que faz com que o total de calorias do chocolate diet (535 calorias por 100 gramas do produto) fique equivalente ao do chocolate convencional (565 cal/100g).  O consumidor mal informado, que está querendo perder peso, paga mais caro por um alimento com as mesmas calorias da versão normal.  A diferença é que não contém sacarose, o que é importante sim, mas para diabéticos.

Light:
Os alimentos considerados light são aqueles com baixo teor de componentes (sódio, açúcar, gorduras, colesterol) e mesmo de calorias.  Quer dizer, há redução na quantidade, mas não uma isenção total, como ocorre com os diet.  Por isso mesmo, esses alimentos não têm como finalidade atender às necessidades de diabéticos, por exemplo, e também não estão indicados para dietas específicas.
Para ser classificado como light é preciso que o produto tenha uma redução de pelo menos 25% da quantidade de um determinado nutriente e/ou calorias em relação ao alimento convencional.  No caso de alimento sólido, no que se refere às calorias, o valor total da redução deve ser no mínimo de 40 calorias para cada 100 gramas de alimento.  Para alimentos líquidos, esse valor diminui para 20 calorias.
Assim como os diet, os alimentos light também podem causar confusão às pessoas desinformadas.  Por exemplo, existem certos adoçantes light que podem colocar em risco a saúde de pessoas diabéticas, pois contêm açúcares em sua composição.  É fundamental também que o rótulo do alimento acuse o nutriente cuja quantidade está sendo reduzida com o objetivo de tornar o alimento light.  É preciso, sempre, verificar no rótulo a composição do produto que compramos.  Em caso de dúvida, pergunte a um profissional habilitado a reconhecer os componentes da formulação, nutricionistas, técnicos em nutrição, químicos, médicos, farmacêuticos.  Quando se trata de empresa séria, o caminho mais fácil é recorrer ao serviço de informação ao consumidor.
Os alimentos light (aqueles em que a quantidade de gordura foi reduzida) são muito melhores para a sua saúde do que os tradicionais.  Leites, iogurtes, requeijão, queijos, maioneses, creme de leite, batatas fritas, pipocas com teores mais baixos de gordura devem ser preferidos aos tradicionais.  Mesmo porque, geralmente, esses alimentos acabam apresentando uma concentração maior de outros nutrientes importantes para a nossa saúde.  É o caso do cálcio em leite e derivados, que se apresenta geralmente em maiorres quantidades nos produtos light.  Mas devemos lembrar sempre que não é porque esses alimentos contêm teores menores de gordura que vamos comer mais do que necessitamos, pois o excesso também faz mal.
Maionese, creme de leite, batatas fritas e pipocas, por exemplo, não devem ser consumidos diariamente.

Refrigerantes e sucos diet ou light devem ser consumidos com moderação, procurando evitar aqueles em pó, que em geral contêm excessos de misturas químicas.  Lembrando que estamos sempre beneficiando a saúde cada vez que trocar um copo dessas bebidas por um copo de suco natural, rico em nutrientes importantes para o organismo.

O que verificar nos rótulos ou embalagens:
- Todas as informações nutricionais em porções e medidas caseiras;
- Observar os ingredientes e a informação nutricional;
- Os ingredientes sempre aparecem em ordem decrescente - ou seja, aquilo que tem mais para o que tem menos;
- No caso de produtos light, a informação nutricional deve vir acompanhada de uma informação complementar, como por exemplo, uma comparação com o produto convencional, indicando o que foi reduzido;
- Se o produto for diet, deve se analisar se não possui excesso de calorias ou gorduras.  É esssencial avaliar outros nutrientes da composição, como o sódio, gorduras trans, colesterol, etc., atentando-se para os aspectos positivos como a presença de fibras, cálcio, ferro, vitaminas, etc.;
- Telefone de contato direto com a empresa fabricante para dúvidas ou reclamações.

Dúvida Importante:
Crianças podem consumir produtos light e/ou, diet?
Se a criança é diabética, normalmente ela recebe um acompanhamento nutricional e a inclusão desses produtos diet já é prevista em sua rotina alimentar diária.
Porém, por se tratar de crianças, os cuidados com a ingestão desses produtos devem ser ainda maiores. “As recomendações nutricionais para a garotada são muito diferentes das direcionadas aos adultos, especialmente no que se refere ao consumo de adoçantes. Por isso, apenas um médico ou nutricionista pode acompanhar cada caso individualmente”, reforça Adriana Alvarenga¹.
Vale lembrar que a obesidade infantil tem crescido assustadoramente e inclusive muitas doenças crônicas relacionadas aos adultos (como diabetes tipo 2, dislipidemia, entre outras) estão atingindo as crianças. “Estudos demonstram que isso está relacionado diretamente com os hábitos alimentares atuais. Por isso, investir em uma alimentação mais saudável é fundamental. Médicos pediatras que tratam de crianças obesas costumam indicar produtos com menor teor calórico. Nesse caso, os produtos light seriam os mais indicados”,


1. Adriana Alvarenga: Nutricionista, gerente de informação científica da Gold Nutrition.



www.anvisa.gov.br (visalegis)
"Alimentos Inteligentes" - Dra. Jocelem Mastrodi Salgado
Pesquisadora e Profa. Titular em Nutrição - Esalq - USP

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

ALIMENTOS PROBIÓTICOS E PREBIÓTICOS


Imaginem uma arena onde combatem em pé de igualdade agentes do bem e agentes do mal.  Caso algum elemento estranho venha a favorecer os elementos do mal, será preciso uma ajuda extra para que os agentes do bem venham a equilibrar o combate.
Essa imagem simplificada ajuda a ilustrar a relação que se dá entre as bactérias do "bem" e as bactérias do "mal" dentro do nosso intestino.  É uma batalha que envolve milhares de combatentes presentes na flora intestinal.  Estima-se que existam em nosso intestino 400 espécies de bactérias diferentes, que se fossem  pesadas significariam um quilo e meio.  São divididas entre as patogênicas - que provocam doenças - e as benéficas, que ajudam a equilibrar as mucosas do intestino, evitando diarréias, constipação e doenças mais graves que podem chegar ao câncer.
Quando, por alguma razão, seja pelo uso de medicamento, de quimioterapia, seja por deficiencia na alimentação, as bactérias do mal começam a ganhar a luta, é hora de entrar com uma ajuda extra.  Esta ajuda é hoje possível graças ao emprego adequado de alimentos probióticos e prebióticos.
Os últimos, os prebióticos, são alguns tipos de fibras alimentares, que possuem uma configuração molecular que os torna resistentes à ação de enzimas e por isso são digeríveis pelo organismo.  Com isso, facilitam todo o trânsito intestinal, reduzindo os desconfortos e mesmo doenças que atingem pelo menos 30% ou mais da população.  Os probióticos são microorganismos adicionados a certos alimentos - leites e iogurtes, especialmente - que reforçam a ação das bactérias benéficas e reduzem a ação das patogênicas.  Já os alimentos simbióticos são aqueles que reúnem numa única fórmula a ação e os benefícios dos prebióticos e dos probióticos.

Microrganismos que "moram" no intestino

O trato gastrointestinal humano e a microflora intestinal estão envolvidos em uma série de doenças.  O intestino grosso é o principal local de multiplicação de bactérias, virus e parasitas nocivos, os quais podem trazer doenças para o nosso organismo.  Os principais microrganismos nocivos incluem Campylobacters, Salmonellae, Listeriae e certas linhagens de Escherichia coli.  O resultado de um supercrescimento dessas bactérias pode ser uma diarréia aguda.  Há, contudo, outras formas mais crônicas e graves de doenças intestinais, tais como a doença inflamatória do intestino, como a colite ulcerativa e a doença de Crohn, o câncer de cólon e a colite pseudomembranosa.  Cada uma dessas desordens pode ter uma etiologia bacteriana.
Estima-se que cerca de 400 espécies de bactérias, separadas em 2 categorias, habitem o trato gastrintestinal humano.  Aquelas consideradas benéficas como as bifidobactérias e os lactobacilos.  E aquelas consideradas prejudiciais, nocivas, como as Enterobacteriaceae e o Clostridium spp.
O epitélio intestinal intacto, com sua microflora intestinal normal, funciona como uma barreira ao movimento de bactérias patogênicas, antígenos e outras substâncias nocivas ao intestino.  Em pessoas saudáveis, essa barreira é estável, protegendo e facilitando as funções intestinais normais.  Entretanto, quando a microflora normal ou as células epiteliais são perturbadas por antígenos alimentares, patógenos, substâncias químicas ou radiação, podem ocorrer defeitos nos mecanismos de proteção da barreira.  A microflora intestinal alterada pode levar à diarréia, à inflamação da mucosa, a uma desordem de permeabilidade ou à ativação de carcinógenos, substâncias que provocam o câncer no conteúdo intestinal.  É aí que entram os alimentos probióticos, com a função de equilibrar a flora bacteriana do intestino, promovendo saúde para as pessoas ao diminuir os riscos de doenças intestinais.

O que são Probióticos:

A definição clássica, empregada hoje, é a de que os probióticos são alimentos contendo microrganismos vivos que beneficiam a saúde do homem, melhorando seu balanço microbiano intestinal.  Os probióticos têm sido usados há algum tempo e estão disponíveis em poucos produtos alimentares, como leites fermentados e alguns tipos de iogurtes.  As exigências que um microrganismo probiótico deve atender são: resistência ao ambiente estomacal, à bile e às enzimas pancreáticas; adesão às células da mucosa intestinal; capacidade de colonização; produção de substâncias antimicrobianas contra as bactérias patogênicas e ausência de translocação.  Entre os probióticos, dois grandes grupos microbianos foram particularmente estudados em termos experimentais e clínicos e são comercializados: as bactérias lácticas e as leveduras.
Os principais alimentos probióticos são os leites e seus derivados, como os fermentados, os iogurtes, os queijos etc.. Para obter efeitos melhores na flora intestinal com o uso de probióticos, vale a pena combinar a ingestão desses alimentos em uma dieta diária que contenha alcachofra, cebola, banana, aspargo ou chicória.  Esses alimentos são chamados de prebióticos e tornam o ambiente intestinal mais ácido, protegendo-o contra bactérias patogênicas.

A importância dos Prebióticos:

Apenas para lembrar, os prebióticos são alguns tipos de fibras alimentares resistentes à ação das enzimas, graças à sua configuração molecular.  Significa que essas fibras passam intactas pelo nosso organismo, o que pode parecer que sejam inúteis.  Não são.  Por serem carboidratos não digeríveis, elas ajudam na manutenção da flora do intestino, estimulam o trânsito intestinal e contribuem com a consistência normal das fezes, prevenindo diarréias e prisão de ventre.
Também colaboram para que sejam absorvidas pelo intestino as substâncias necessárias, eliminando o excesso de glicose, colesterol e triglicerídeos.  Na sua ação conjunta com os probióticos, as fibras estimulam o crescimento das bifidobactérias, reduzindo a atividade das bactérias patogênicas.
Os prebióticos podem incluir féculas, fibras dietéticas, outros açúcares não absorvíveis, álcoois do açúcar e oligossacarídeos, que,  são encontrados de forma natural em vários alimentos como frutas, vegetais, leite, mel, tomate, aveia, trigo, entre outros.

Alerta sobre as Bifidobactérias:

estudos mostram que acima dos 55 anos de idade a contagem de bifidobactérias fecais (microrganismos benéficos ao nosso intestino) diminui de forma marcante em comparação aos níveis presentes em pessoas mais jovens.  A causa dessa diminuição pode trazer consequencias como as doenças relacionadas ao intestino.  O uso de probióticos é uma possibilidade de se reverter o número de bifidobactérias, o que significa um benefício ainda maior para as pessoas a partir dos 55 anos.

 


Fonte: Alimentos Inteligentes - Saiba como ter mais saúde por meio da alimentação.
Dra. Jocelem Mastrodi Salgado - Perquisadora e Professora Titular em Nutrição - Esalq - USP