quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Alimentos diet x light: Saiba quais são as diferenças




O aparecimento de produtos dietéticos no mercado fez com que muita gente acreditasse que seus problemas de obesidade ou de doenças ligadas à alimentação estavam resolvidos.  Existem produtos que estão sendo, com certeza, uma espécie de revolução para milhares de pacientes que antes estavam proibidos de comer e beber muitas coisas boas.  Mas o consumo desses alimentos merece cuidados especiais e é isso que vamos abordar.
Hoje, mais do que nunca, é possível encontrar nas prateleiras dos supermercados uma infinidade de alimentos e bebidas com os dizeres diet ou light: desde de leites, iogurtes, pães, geléias, refrigerantes, requijão, chocolates em geral, barras de cereais, etc..  Entretanto, a grande maioria das pessoas não sabe o que significam esses termos, ou faz confusão entre eles, de forma que um passa a ser sinônimo do outro.  Além disso, por conta da correria do dia a dia, e porque nem todos temos o hábito de verificar a composição do alimento descrita no rótulo, acabamos sem saber o que estamos consumindo.  O fato de que hoje a diferença de preço não é tão grande entre o alimento dietético e um convencional faz com que muitos de nós optemos pelos diet e light sem uma razão específica para isso.
É interessante sintetizar o que são produtos diet e light.  De um modo geral, os diet são aqueles indicados para pessoas com necessidades ou restrições alimentares específicas.  Por exemplo, diabéticos devem consumir alimentos que não contêm açúcar, e por isso mesmo são diet.  Há também aqueles produtos que não contêm sal, colesterol ou determinados nutrientes, como o sódio, consumidos por pessoas que precisam de dietas especiais.  Já os alimentos light não são isentos, mas têm menor quantidade de calorias, gorduras, carboidratos, açúcar.  São indicados para aquelas pessoas que querem ou precisam perder peso.  Para que não haja confusão, seria aconselhável consumir produtos que fossem diet e light, mas a variedade ainda não é grande no mercado.  Outra recomendação é que o fato de serem dietéticos não significa que podem ser consumidos em grande quantidade.
Para facilitar a identificação por parte do consumidor, os fabricantes devem especificar o perfil do produto na embalagem e destacar a palavra diet ou light.  Lembrando que não se deve confiar apenas nessas palavras, o mais seguro é ler a composição do produto descrita na embalagem.  Empresas sérias são, em geral, bastante cuidadosas e rigorosas nessas especificações.  Mas há aquelas que zelam mais pelo próprio lucro do que pela saúde do consumidor.
Os produtos conhecidos como diet e light passaram a ser conceituados e rotulados sob os mesmos parâmetros adotados nos Estados Unidos e na Europa.
Detalhando as diferenças entre os alimentos diet e light:

Diet:
Quando a palavra diet está estampada no rótulo do alimento ou bebida significa que existe a ausência total de algum ingrediente, que pode ser o açucar, o sal, a gordura, etc..  Assim, produtos específicos para diabéticos devem ser totalmente isentos de açúcar.  Para pessoas com problemas cardiovasculares, a restrição deve ser de gordura e assim por diante.  Para o hipertenso, o ideal são produtos que não contenham sal.
Contudo, isso nem sempre quer dizer que ocorre uma redução nas calorias do produto em questão.  É aí que muitas pessoas se enganam e é nesse caso que devemos tomar cuidado.  Tomamos o chocolate diet como exemplo, nos quais todo açucar utilizado na sua fabricação é substituído por adoçantes.  Geralmente, esse tipo de alimento é desenvolvido para diabéticos, mas acabam sendo também adquiridos, por desinformação, por pessoas que querem restringir as calorias da sua dieta.
A palavra diet do chocolate dá muitas vezes uma conotação de que ele é pouco calórico e isso acaba estimulando sua compra por aqueles que querem emagrecer ou manter a forma.  Mas o que poucos sabem é que a troca do açúcar por adoçantes no momento da fabricação modifica em grande parte a textura do alimento.  Para conseguir a textura habitual, os fabricantes acabam adicionando mais gordura, o que faz com que o total de calorias do chocolate diet (535 calorias por 100 gramas do produto) fique equivalente ao do chocolate convencional (565 cal/100g).  O consumidor mal informado, que está querendo perder peso, paga mais caro por um alimento com as mesmas calorias da versão normal.  A diferença é que não contém sacarose, o que é importante sim, mas para diabéticos.

Light:
Os alimentos considerados light são aqueles com baixo teor de componentes (sódio, açúcar, gorduras, colesterol) e mesmo de calorias.  Quer dizer, há redução na quantidade, mas não uma isenção total, como ocorre com os diet.  Por isso mesmo, esses alimentos não têm como finalidade atender às necessidades de diabéticos, por exemplo, e também não estão indicados para dietas específicas.
Para ser classificado como light é preciso que o produto tenha uma redução de pelo menos 25% da quantidade de um determinado nutriente e/ou calorias em relação ao alimento convencional.  No caso de alimento sólido, no que se refere às calorias, o valor total da redução deve ser no mínimo de 40 calorias para cada 100 gramas de alimento.  Para alimentos líquidos, esse valor diminui para 20 calorias.
Assim como os diet, os alimentos light também podem causar confusão às pessoas desinformadas.  Por exemplo, existem certos adoçantes light que podem colocar em risco a saúde de pessoas diabéticas, pois contêm açúcares em sua composição.  É fundamental também que o rótulo do alimento acuse o nutriente cuja quantidade está sendo reduzida com o objetivo de tornar o alimento light.  É preciso, sempre, verificar no rótulo a composição do produto que compramos.  Em caso de dúvida, pergunte a um profissional habilitado a reconhecer os componentes da formulação, nutricionistas, técnicos em nutrição, químicos, médicos, farmacêuticos.  Quando se trata de empresa séria, o caminho mais fácil é recorrer ao serviço de informação ao consumidor.
Os alimentos light (aqueles em que a quantidade de gordura foi reduzida) são muito melhores para a sua saúde do que os tradicionais.  Leites, iogurtes, requeijão, queijos, maioneses, creme de leite, batatas fritas, pipocas com teores mais baixos de gordura devem ser preferidos aos tradicionais.  Mesmo porque, geralmente, esses alimentos acabam apresentando uma concentração maior de outros nutrientes importantes para a nossa saúde.  É o caso do cálcio em leite e derivados, que se apresenta geralmente em maiorres quantidades nos produtos light.  Mas devemos lembrar sempre que não é porque esses alimentos contêm teores menores de gordura que vamos comer mais do que necessitamos, pois o excesso também faz mal.
Maionese, creme de leite, batatas fritas e pipocas, por exemplo, não devem ser consumidos diariamente.

Refrigerantes e sucos diet ou light devem ser consumidos com moderação, procurando evitar aqueles em pó, que em geral contêm excessos de misturas químicas.  Lembrando que estamos sempre beneficiando a saúde cada vez que trocar um copo dessas bebidas por um copo de suco natural, rico em nutrientes importantes para o organismo.

O que verificar nos rótulos ou embalagens:
- Todas as informações nutricionais em porções e medidas caseiras;
- Observar os ingredientes e a informação nutricional;
- Os ingredientes sempre aparecem em ordem decrescente - ou seja, aquilo que tem mais para o que tem menos;
- No caso de produtos light, a informação nutricional deve vir acompanhada de uma informação complementar, como por exemplo, uma comparação com o produto convencional, indicando o que foi reduzido;
- Se o produto for diet, deve se analisar se não possui excesso de calorias ou gorduras.  É esssencial avaliar outros nutrientes da composição, como o sódio, gorduras trans, colesterol, etc., atentando-se para os aspectos positivos como a presença de fibras, cálcio, ferro, vitaminas, etc.;
- Telefone de contato direto com a empresa fabricante para dúvidas ou reclamações.

Dúvida Importante:
Crianças podem consumir produtos light e/ou, diet?
Se a criança é diabética, normalmente ela recebe um acompanhamento nutricional e a inclusão desses produtos diet já é prevista em sua rotina alimentar diária.
Porém, por se tratar de crianças, os cuidados com a ingestão desses produtos devem ser ainda maiores. “As recomendações nutricionais para a garotada são muito diferentes das direcionadas aos adultos, especialmente no que se refere ao consumo de adoçantes. Por isso, apenas um médico ou nutricionista pode acompanhar cada caso individualmente”, reforça Adriana Alvarenga¹.
Vale lembrar que a obesidade infantil tem crescido assustadoramente e inclusive muitas doenças crônicas relacionadas aos adultos (como diabetes tipo 2, dislipidemia, entre outras) estão atingindo as crianças. “Estudos demonstram que isso está relacionado diretamente com os hábitos alimentares atuais. Por isso, investir em uma alimentação mais saudável é fundamental. Médicos pediatras que tratam de crianças obesas costumam indicar produtos com menor teor calórico. Nesse caso, os produtos light seriam os mais indicados”,


1. Adriana Alvarenga: Nutricionista, gerente de informação científica da Gold Nutrition.



www.anvisa.gov.br (visalegis)
"Alimentos Inteligentes" - Dra. Jocelem Mastrodi Salgado
Pesquisadora e Profa. Titular em Nutrição - Esalq - USP

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